Bebidas isotônicas podem prejudicar esmalte dos dentes


05.10.2010

Essas bebidas são tão ou mais ácidas do que refrigerantes

Uma pesquisa recente da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) em parceria com a UFPB (Universidade Federal da Paraíba) analisou em laboratório a perda mineral em dentes humanos após a exposição a esses produtos.

O estudo comparou alguns tipos de Gatorade com água destilada. “Concluímos que essas bebidas são muito erosivas. Atletas e consumidores não têm consciência disso”, afirma Alessandro Cavalcanti, dentista, professor da UEPB.

Todos os líquidos e alimentos com pH abaixo de 5,5 podem ser nocivos para o esmalte dental.

Depois que esses líquidos são ingeridos, a saliva tem a função de neutralizar o processo de desmineralização. Mas, quando o consumo é contínuo, a neutralização não acontece.

“Quando consumimos em pequenas quantidades e intervalos pequenos, a saliva não dá conta de reverter o processo. Enquanto o pH fica inferior a 5,5, os dentes estão perdendo cálcio e fosfato”, diz Marcelo Bönecker, dentista e professor da USP.

Esse é o problema dos isotônicos, segundo a dentista Sheyla Auad, especialista em erosão dental.

“Muitas bebidas são ácidas, mas a forma de consumo do isotônico é diferente. São bebidas tomadas muitas vezes durante a prática esportiva. Ninguém consome de uma vez só”, diz.
A médio prazo, a ingestão de isotônicos causa a opacidade do esmalte e maior sensibilidade dental.

“No início, não é visível. A pessoa começa a sentir quando a lesão atinge a dentina (camada mais interna). Se o desgaste continuar, os dentes podem ficar menores e a pessoa ter alteração na mordida”, afirma Auad.

Outro problema é que muitas dessas bebidas têm carboidratos e açúcares. “Nesse caso, junta o risco de dois tipos de lesão: a cárie e a erosão. São dois problemas sérios. A erosão ainda é pouco conhecida”, diz Bönecker.

A recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que isotônicos sejam consumidos só por atletas e com orientação de um especialista.

As embalagens dos produtos devem trazer um alerta quanto ao consumo específico, mas a agência não diz nada sobre a acidez da bebida.

FABRICANTE

Segundo a Gatorade, “um estudo publicado em 2002 no “Journal Caries Research” com mais de 300 atletas da Ohio State University não demonstrou ligações entre o uso de bebidas esportivas e a erosão dentária.”

Para o médico fisiologista Paulo Zogaib, da Unifesp, não é preciso parar de consumir isotônicos, essenciais para repor sais minerais durante a prática de um exercício com grande gasto energético.

“Uma saída para evitar a corrosão é alternar o consumo da bebida com água.”

Fonte: www1.folha.uol.com.br
Texto: Juliana Vines

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