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“Somos quem podemos ser Sonhos que podemos ter…”


05.04.2013

O mundo deu muitas voltas.Caíram barreiras, referências, mitos e muros. A história não coube em teorias.As teorias negaram suas promessas. A modernidade produziu um mundo menor do quea humanidade. Sobram bilhões de pessoas. No Brasil essa exclusão tem raízesseculares. De um lado, senhores, proprietários, doutores. Do outro, índios,escravos, trabalhadores, pobres.

Na base de toda teoriaeducacional está uma idealização do homem e, portanto, da sociedade. Assim, aoestabelecimento de qualquer sistema educacional deve preceder uma concepçãoclara do homem que se quer formar. Assim é fundamental que tenhamos algumasideias claras sobre o homem que queremos formar e sobre a sociedade queesperamos construir. Certamente, não poderemos criar uma nação deindividualistas super-homens nietzchenianos, como também não serve uma multidãode disciplinados espartanos.

Comecemos pelo aspecto maissimplesmente caracterizável, isto é, pela formação profissional do indivíduo.Este aspecto da educação contempla o homem, não como uma finalidade em si, mascomo um agente da sociedade, como um meio de melhor fazê-la funcionar, para aintegralização da competência humana.

O segundo aspecto daeducação visualiza o homem como um indivíduo em oposição ao resto do universo,é uma educação para a sobrevivência, preparamos assim nossos filhos,praticamente desde o nascimento, para se defenderem física e emocionalmente domundo exterior. “Só merece a vida, assim como a liberdade, aquele que aconquista, dia a dia, ininterruptamente”, responde-nos Goethe.

Foi também através daeducação que os homens passaram a conquistar seus espaços, seus lugares nasociedade, antes plenamente dependente da casta da qual provinham. De tal sorteque inicialmente apenas os bem nascidos tinham acesso à “boa educação”.Privilégio que se manteve incólume por grande parte da história da humanidade.

Não se pode conceber que umpaís como o nosso, onde são tão grandes as desigualdades, onde é tão injusta adistribuição de renda, onde a população infantil é tão desassistida e aindasujeita a doenças banidas definitivamente da maioria dos países, que não semobilize toda a categoria de Enfermagem brasileira afinal somos um milhão eoitocentos mil distribuídos pelo território nacional. Frente a esse quadrogeral de deseducação, é indispensável uma revisão crítica do que se fez, do quese fez mal e do que não se fez até aqui, segundo o princípio fundamental de quea educação é um direito de todos.

Inaugurado a pouco um novomilênio a sociedade brasileira se vê, perplexa, às voltas com problemasantigos. A recém inaugurada democracia brasileira ainda padece dos sintomastípicos dos regimes de exceção; o personalismo, as relações espúrias entre ospoderes e o desvirtuamento dos objetivos definidos como prioritários em épocade campanha política e tão prontamente esquecidos a seguir (Cadê às 30 horas,Presidenta? Nós acreditamos.

Quando nos referimos à”multidão dos disciplinados espartanos” não tínhamos a intenção de omitir acoragem de Leônidas e seus 300 bravos, mas tão somente deixar claro que hoje,mais do que nunca é imprescindível ousar sonhar. Sonhar o sonho impossível depromover a busca da felicidade de todos, de fazer acordar o homem, deproporcionar-lhe exercitar aquela parcela do seu ser que o distingue das feras,a solidariedade, o sacrifício de sua individualidade em prol do bem comum.Tentamos assim agir as 24 horas que passamos cuidando dos pacientes/usuários.

A saúde, no Brasil, éexercida dentro de um contexto imenso de numerosos órgãos públicos, federais,estaduais e municipais; e de instituições privadas, beneficentes, patronais,lucrativas, empresariais, previdenciárias. Tudo destituído do mais elementarentrosamento. A indústria da doença, nascida desses interesses, absorve osrecursos disponíveis e se amplia e fortalece com seu crescimento: concentraesforços na recuperação, tão sofisticada e onerosa quanto possível, pois é adoença e não a saúde que a alimenta. Não é sem razão que o atual sistema únicode saúde tem sido comparado a uma orquestra imensa, com numerosos maestros,cada qual regendo um grupo diferenciado de músicos, que, por sua vez, tocam osseus instrumentos indiferentes a tudo que está acontecendo ao seu redor.

Enfim, convocamos Estudantes dos Cursos deEnfermagem (profissionalizante e graduação), Auxiliares, Técnicos de Enfermageme Enfermeiros a integrar um exército coeso, fardados de brancos ou não, em prolda promoção da saúde e de uma sociedade mais justa. Está provado que a máquinaestá emperrada, ineficiente. Cremos sinceramente que se nos unirmos, seremos osinstrumentos da mudança que se faz premente, que nos permitirá corrigir asdesigualdades e quem sabe até, promover a felicidade.

30 HORAS JÁ: o sonho que temos, a realidade quequeremos!!!

Por: Irene Ferreira (Enfermeira,Conselheira Federal do Conselho Federal de
Enfermagem e Fórum 30 horas), MariaCláudia Tavares de Mattos (Enfermeira doutora em ciências médicas, Presidenteda ABEN-SE) e Manoel Carlos Néri da Silva (enfermeiro especialista em meioambiente e  ex-presidente do COFEN)

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