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Coren-ES visita UPA da Serra Sede e orienta enfermeiros sobre classificação de risco


27.11.2014

O presidente do Coren-ES, Antonio Coutinho, e a enfermeira fiscal Débora Milena Queiroz estiveram na UPA da Serra Sede, nessa quarta-feira, 26, para verificar o processo de trabalho dos profissionais de enfermagem, especialmente em relação à classificação de risco. O Conselho se reuniu com gestores e depois conversou com as enfermeiras classificadoras de plantão.

Os representantes do Coren foram recebidos por Denise Luz, coordenadora da Urgência e Emergência no município, Rovena Pugirá, coordenadora de enfermagem, Gisalba Marques, gerente geral da UPA, e Adaildo Lima Júnior, coordenador técnico da unidade.

Na reunião, o presidente do Coren lembrou que a UPA foi fiscalizada pelo Conselho, no ano passado, e que nenhuma resposta ou contestação havia sido dada por parte do município. O principal problema verificado na fiscalização foi o déficit de 21 enfermeiros, quase o dobro do quantitativo existente naquela ocasião, que era de 22 enfermeiros. Os representantes da UPA informaram, porém, que desde a fiscalização do Conselho foram contratados 12 enfermeiros, ampliando o quadro para 34 profissionais.

“Houve um avanço, sem dúvida, mas pelos cálculos dos fiscais do Conselho, ainda faltam nove profissionais para o quantitativo ficar dentro do estabelecido pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) para assegurar uma assistência de enfermagem de qualidade e sem sobrecarregar os enfermeiros”, ressaltou o presidente do Coren.

A gerente geral da UPA fez um breve histórico da unidade. Explicou os problemas enfrentados para contratação de pessoal, desde a inauguração do serviço, no final de 2012. De acordo com Gisalba Marques, a gestão foi entregue a uma Organização Social (OS) que, por algumas razões, enfrentou dificuldade para contratar e manter os recursos humanos necessários na UPA. Com isso, o Ministério Público determinou que a Prefeitura assumisse a gestão da unidade. “Agora estamos começando a normalizar essa situação, principalmente com a convocação dos aprovados em concurso público”.

A direção da UPA solicitou o reenvio do relatório da fiscalização para responder ao Coren. Também informou que um enfermeiro passará a ser o Responsável Técnico (RT), que foi outra deficiência verificada pelos fiscais.

Classificação de risco

O assunto que motivou a visita do Conselho à UPA de Serra Sede foi a classificação de risco pelo Protocolo de Manchester. Inicialmente o presidente do Coren solicitou informações sobre o atendimento prestado ao adolescente Carlos Henrique Oliveira que, lamentavelmente, acabou falecendo no último dia 16, horas depois de passar pela Unidade.

“O Protocolo de Manchester prevê que todo paciente classificado deve ser examinado por um médico no prazo máximo de quatro horas (pulseira azul, sem risco). Mas isso não está sendo feito aqui na Serra e nem em vários outros municípios. Pelo Protocolo, Carlos Henrique não poderia ter sido encaminhado, num sábado, para atendimento na segunda-feira. Esse fluxo não tem amparo no Programa. E se a regras são desvirtuadas, as falhas não podem recair sobre o enfermeiro classificador”, disse Coutinho.

O presidente do Coren levantou outro ponto grave. A quantidade de pessoas a serem classificadas pelo enfermeiro. “É inadmissível que um profissional tenha que classificar 100 pacientes em um plantão de 12 horas, por exemplo. Essa sobrecarga de trabalho é desumana e prejudica tanto o enfermeiro quanto o usuário”.

Em relação a isso, Coutinho informou que o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), já discute com o Ministério da Saúde uma normativa que limite em 60 o número de pessoas a serem classificadas por um enfermeiro no plantão de 12 horas. As articulações nesse sentido já estão bem adiantadas.

Orientação aos enfermeiros classificadores

O presidente e a fiscal do Conselho também conversaram reservadamente com as enfermeiras que estavam de plantão na classificação de risco. A intenção foi ouvir as profissionais e reforçar as orientações que o Coren tem passado nos informativos, site e facebook.

“Não estamos aqui para reprimir ninguém. Nossa visita é para apoiar e tranquilizar o profissional. Queremos condições dignas e seguras de trabalho para que a enfermagem possa dar uma assistência de qualidade à população. O enfermeiro não deve ficar vulnerável por situações criadas pela gestão que contrariem o exercício da profissão”, ressaltou Coutinho.

Ele também destacou que o enfermeiro capacitado, segundo o Protocolo de Manchester, está apto para fazer a classificação de risco. Mas não pode ir além.

“O enfermeiro CLASSIFICA o risco do paciente, que deve ser atendido por um médico no tempo estabelecido para cada caso. JAMAIS o enfermeiro deve triar e encaminhar para outra unidade a pessoa classificada. Mesmo que a gestão adote esse fluxo, o enfermeiro NÃO PODE assumir esse papel. Tem que se recusar e denunciar”.

Ao final, o presidente do Coren disse que o Conselho está de portas abertas para, no seu papel normativo e fiscalizador, receber as demandas dos profissionais de enfermagem.

 

 

 

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