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Combate à violência no trabalho: Diretores do Coren-ES participam de Audiência Pública em Palmas-TO


24.10.2024

Nessa quarta-feira (23), o presidente do Coren-ES, Wilton José Patrício, e o tesoureiro, Douglas Lírio Rodrigues, marcaram presença na audiência pública sobre violência no ambiente de trabalho em Palmas, Tocantins. O evento, promovido pelo Cofen, teve como foco discutir soluções para o combate à violência no ambiente de trabalho, especialmente para profissionais da Enfermagem, que enfrentam problemas sérios como assédio moral e sexual.

“Essas práticas têm um impacto na saúde mental e na dignidade da Enfermagem, e é fundamental que todos nós estejamos atentos a essa realidade. Juntos, buscamos condições de trabalho mais seguras e justas”, destacou o presidente do Coren-ES, Wilton José Patrício.

A audiência é a segundo de uma série de encontros promovidos pelo Cofen em todo o país, visando discutir temas cruciais relacionados à profissão e dar voz às preocupações da categoria sobre as condições de trabalho.

A procuradora do trabalho e vice-coordenadora nacional da coordigualdade, Fernanda Barreto Naves, destacou que o assédio moral e sexual são práticas recorrentes que têm efeitos graves na saúde psicológica e na dignidade das trabalhadoras. “A violência, em suas diversas formas, está amplamente presente e pode causar impactos permanentes na saúde mental dos trabalhadores, especialmente nas mulheres, que são as principais vítimas”, afirmou.

O presidente do Cofen, Manoel Neri, ressaltou que o tema faz parte do cotidiano da Enfermagem no Brasil e tem se tornado uma preocupação crescente dos Conselhos de Enfermagem desde 2014, quando foi concluída a Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil. Essa pesquisa, realizada em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelou dados alarmantes sobre a violência física, psicológica, assédio moral e sexual nos ambientes de trabalho. “Precisamos combater esse problema tão relevante, pois, muitas vezes, o profissional que sofre violência no ambiente de trabalho sequer recebe o acolhimento necessário, já que esse apoio não faz parte das políticas de saúde de forma adequada”, destacou Neri.

Palestrantes trouxeram perspectivas e experiências sobre a violência no ambiente laboral, abordando tanto a prevenção quanto as formas de enfrentamento
A palestrante também abordou o cyberbullying, uma forma crescente de violência digital, onde a maioria dos agressores são homens (96%), brancos (79%) e pertencentes à classe média alta. “Esses ataques virtuais, frequentemente direcionados a mulheres, têm crescido significativamente, com a disseminação de insultos e ofensas pelas redes sociais”, evidenciou, reforçando a urgência de um enfrentamento eficaz dessas práticas.

Fernanda apresentou dados nacionais sobre a violência e o assédio que mostram um aumento nos últimos anos. Em 2022, foram registrados 6.711 casos de assédio moral e 696 de assédio sexual. Já em 2023, esses números quase dobraram, alcançando 12.437 casos de assédio moral e 1.278 de assédio sexual. Em 2024, até o dia 21 de outubro, já foram contabilizados 11.559 casos de assédio moral e 1.204 de assédio sexual, indicando que, caso a tendência se mantenha, os números poderão superar os do ano anterior.

O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Wlademir Costa, destacou a dura realidade enfrentada por muitos profissionais, afirmando que, ao sair de casa para trabalhar, seu objetivo é prestar um bom serviço à população. “Infelizmente, muitos profissionais estão indo para uma verdadeira batalha. O ambiente de trabalho, em vez de ser um espaço de cuidado, se torna violento e desgastante. A violência, seja física ou psicológica, é um obstáculo diário que precisamos enfrentar”, afirmou, enfatizando a necessidade de ações preventivas e punitivas.

O assédio moral e sexual no ambiente de trabalho é uma realidade preocupante, especialmente em profissões majoritariamente ocupadas por mulheres, como a Enfermagem
Maria Helena Machado, coordenadora geral da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil e pesquisadora da Fiocruz, abordou a precariedade das condições de trabalho, ressaltando as consequências devastadoras da pandemia de covid-19 na saúde mental e física dos trabalhadores. “A sobrecarga de trabalho, os vínculos temporários e a falta de infraestrutura adequada têm intensificado os níveis de estresse e esgotamento, piorando as condições de trabalho e aumentando a exposição à violência”, explicou.

Ela detalhou dados do Perfil da Enfermagem, onde as mulheres representam 85% dos profissionais de Enfermagem, enquanto os homens correspondem a 15%. Entre os Trabalhadores Invisíveis da Saúde (TIS), as mulheres também predominam, com mais de 75% da categoria sendo do sexo feminino. A força de trabalho é majoritariamente jovem, com um terço (32,9%) dos profissionais de saúde tendo até 35 anos e metade (50,3%) entre 36 e 50 anos.

No quesito racial, 59% dos TIS se identificam como pretos e pardos, enquanto 57,7% dos profissionais de saúde são brancos. Embora a maioria tenha até 50 anos, cerca de um quarto reporta comorbidades prévias à covid-19, destacando condições como hipertensão, obesidade, doenças pulmonares, depressão e diabetes.

O presidente do Coren-TO, Adeilson José, ressaltou a importância da audiência pública como um espaço essencial para discutir temas urgentes e relevantes. “Essa audiência é uma oportunidade de dar visibilidade à realidade enfrentada pela Enfermagem. Falar sobre a violência, tanto física quanto psicológica, é crucial para buscarmos soluções e garantirmos ambientes de trabalho mais seguros e justos. Somente com diálogo e conscientização conseguiremos avanços para nossa profissão”.

Carta de Compromisso

Com o objetivo inalienável de garantir que todas as pessoas, no âmbito do Sistema Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselhos Regionais, sejam tratadas com equidade e justiça, independentemente de raça, gênero, orientação sexual, religião, condição social ou qualquer outra característica individual ou coletiva, foi aprovada e divulgada uma carta de compromisso durante a 570ª Reunião Ordinária de Plenário, realizada em Palmas (TO), nesta terça-feira (22).

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